Num post recente, o senhor
canzoada dava a entender que se poderia abdicar dos investimentos nos F16 e nos submarinos para fazer face aos custos das SCUT’s.
É algo que não faz sentido nenhum.
Desde logo, porque os valores em jogo não têm comparação possível.
Mas há outra questão, essa mais grave. É que um pensamento com esta expressão radica na ideia, querida de uma certa esquerda, de que este país não necessita de forças armadas, o que é
falso!
Abomino o “senso comum”, que nada tem a ver com o bom senso, e, por isso, não gosto, evito mesmo, de falar de assuntos que não domino em plenitude. É este o caso das questões militares. De facto, para além de alguns estudos que vou lendo e de um curso de Defesa Nacional que frequentei, não possuo conhecimentos aprofundados sobre a matéria.
Ainda assim, sei (acho que todos sabemos) que Portugal mantém, ainda hoje, um dispositivo militar herdado dos tempos das Guerras Coloniais e totalmente desadequado à situação geo-político-estragégica emergente. Assim, no actual contexto, que aqui não explorarei, Portugal necessitará de modernizar as FA's. Necessitará,nomeadamente de:
1) Ao nível do exército, de forças terrestres com uma expressão mínima – algo com uma dimensão da ordem de duas brigadas completamente equipadas – sobretudo por via dos nossos compromissos com a comunidade internacional.
2) Quanto a meios aéreos, é reconhecida a necessidade de uma força com capacidade de intercepção rápida, e daí os F16 (a propósito, não me recordo de compras de caças F16 por este governo).
3) Ao nível marítimo, são imprescindíveis meios compatíveis com a extensão das nossas águas territoriais e da nossa ZEE.
4) Finalmente, são ainda necessários meios de “projecção de força” – transportes. (deve saber-se que, com os actualmente existentes, demoraríamos cerca de duas semanas a colocar uma simples companhia de combate numa das regiões autónomas).
É isto que têm dito os nossos especialistas em defesa, conotados que sejam, à esquerda ou à direita!
É assim que se tem vindo a operar, lentamente, o redimensionamento e o reapetrechamento das Forças Armadas, no qual, TODOS os governos se têm vindo a empenhar. A este propósito, quer parecer-me que as opções tomadas têm sido ditadas pelos militares. Isto é, não me parece nada que, por exemplo, tenha sido o Sr. Portas – pelo qual não nutro especial simpatia – a lembrar-se dos submarinos. Estas coisas não se passam assim.
Quanto a mim, embora sabendo que o submarino é um aparelho com enorme potencial, entendo que seriam mais adequadas duas fragatas AEGIS, do tipo das nossas MECO (por falar nisso, neste momento temos uma fragata ao largo da Guiné “para o que der e vier”).
Mas
eu não sou especialista e, por isso, acredito nos especialistas.